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São Caetano voltou atrás e aumentou tarifa de ônibus neste domingo
Matéria publicada no Blog Ponto de Ônibus
No início do ano, prefeitura disse que valor seria congelado. Passagem vai a R$ 3,70
Depois de anunciar que não reajustaria as tarifas de ônibus neste ano, a Prefeitura de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, voltou atrás na decisão. A partir deste domingo, 31 de janeiro de 2016, a tarifa de ônibus do município que tem 15 quilômetros quadrados passou de R$ 3,50 para R$ 3,70. O aumento é de 5,4%, segundo a prefeitura, abaixo do IPC A – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação oficial do Brasil e que acumulou nos 12 meses de 2015, 10,67% de aumento.
Segundo a prefeitura, a planilha de custos apresentada pela Viação Padre Eustáquio – Vipe, única operadora do sistema municipal, indicava a necessidade de uma tarifa de R$ 4,33.
Ainda de acordo com a prefeitura, o passe escolar gratuito implantado em 2015 continua neste ano.
Tem direito ao benefício o aluno, comprovadamente residente em São Caetano, matriculado em estabelecimento de Ensino Fundamental, Médio e Superior; em curso de suplência que substitua o Ensino Fundamental e o Ensino Médio; e que cujas instituições de ensino estejam localizadas a mais de 800 metros de sua residência. – informa nota da administração.
Assim, até o momento apenas as cidades de Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires não reajustaram as tarifas de ônibus neste ano no ABC. Em Rio Grande da Serra, a tarifa continua em R$ 3,40 e, em Ribeirão Pires, o valor permanece em R$ 3,50.
As demais cidades da região reajustaram as tarifas para o mesmo valor cobrado pelos ônibus municipais em São Paulo, que permitem mais integrações, pelos trens da CPTM e pelo Metrô, cujo valor unitário é de R$ 3,80.
Santo André: R$ 3,80
São Bernardo do Campo: R$ 3,80
Diadema: R$ 3,80
Mauá: R$ 3,80
São Caetano do Sul: R$ 3,70
Ribeirão Pires: R$ 3,50
Rio Grande da Serra: R$ 3,40
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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Experiência em SP mostra que carros usam 17 vezes mais espaço para levar mesmo número de gente que um ônibus
Matéria veiculada no site UOL
RICARDO GALLO DE SÃO PAULONuma avenida Pacaembu deserta e silenciosa, 48 figurantes entram e saem de carros e, depois, sentam-se em bancos dispostos dentro de um retângulo, demarcado por fita crepe, que reproduz as dimensões de um ônibus.
Vestidos com camisa e calças pretas, os figurantes especulam a razão de estar ali –nem todos foram informados pela produção. “Acho que é para mostrar o luto de ficar no trânsito”, diz Adelson Freire, 49, figurante de programas de tevê e corretor.
Trata-se de um ensaio fotográfico da Folha para ilustrar a mobilidade na metrópole. O resultado: 48 pessoas em 40 carros (a média da cidade, 1,2 pessoa por veículo) ocupam, juntos, cerca de 840 metros quadrados, 17 vezes mais espaço na rua do que o mesmo contingente em um ônibus, em uma simulação de conforto dos passageiros.
Os figurantes também reproduziram três outras situações: sentados em bancos, como se estivessem dentro de um carro imaginário, sobre bicicletas (reais) e num espaço que simula um vagão.
Para tal, um trecho da avenida Pacaembu foi fechado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) na manhã do domingo passado (17). A Folha pagou R$ 1.561,78 pela operação.
A experiência foi feita pela primeira vez em 1991, em Münster (Alemanha). Depois, repetida mundo afora.
A intenção foi mostrar como o transporte coletivo e a bicicleta são capazes de ocupar menos espaço que o carro –e, no caso do ônibus e do metrô, carregando mais gente. Em tese, perfeito. Mas, diante de uma rede de transporte coletivo que está aquém da velocidade ideal (menos de 20 km/h; o ideal são 25 km/h) e de uma rede de metrô restrita (78 km), muitos escolhem o carro para se deslocar.
“Esse ensaio induz à conclusão de que é uma maravilha andar de bicicleta. Bicicleta não é meio de transporte; é uma alternativa. E o ônibus não consegue atender todas as viagens. O carro não pode ser tratado como bandido. O pensamento idílico não resolve a questão da mobilidade”, diz Sergio Ejzenberg, engenheiro e mestre de transportes pela USP.
Não é unanimidade. “Em uma grande avenida, no horário de pico, os ônibus levam de 5.000 a 10 mil pessoas –e carros, 1.300 pessoas. A relação é de um passageiro no carro para dez no ônibus”, pondera Horácio Augusto Figueira, consultor em engenharia de transportes.
http://arte.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/01/24/sp-se-move/
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Protestos – “Fantástico” vende ficção como se fosse jornalismo e transforma violência em poesia
Matéria publicada no site da revista Veja
Programa edulcora a violência do Passe Livre, demoniza a PM e desinforma de maneira determinada. Quando a Globo é boa, é difícil superá-la; quando é ruim, é insuperável
Por Reinaldo Azevedo
Absurda, sob qualquer aspecto que se queira, a peça de ficção — nego-me a chamar aquilo de jornalismo — levada ao ar neste domingo pelo “Fantástico” sobre os protestos em favor do passe livre. Segundo o apresentador, o programa acompanhou “durante três semanas as meninas que são a nova cara das manifestações de rua de São Paulo”.
Bem, isso já serviria para desqualificar uma reportagem. Quem decretou que elas são a nova cara da cidade?
– Isso está assentado em que apuração?
– Quais são as evidências?
– Elas pertencem, ao menos, ao grupo que convoca os protestos?
– O que quer dizer “a nova cara”?
– Qual é a velha cara?
Não! Lamento, não é jornalismo! Vejam a matéria. Parece que gente feia não protesta. Mais: por que só meninas? Que sentido faz emprestar um viés de gênero a atos que degeneram quase sempre em vandalismo?
O conjunto da obra, claro!, é lamentável por tudo aquilo que omite: a violência a que recorre, de modo deliberado e determinado, o Movimento Passe Livre — que nem sequer é citado; o caráter político dos atos (nesse caso, a distorção atinge o paroxismo); o absurdo da reivindicação… Mas é ainda mais lamentável por aquilo que afirma.
Prestem atenção a este texto, narrado pelo ótimo Tadeu Schmidt, que não tem nada a ver com o peixe:
“Em todos os protestos, para onde você olhasse, era fácil encontrar um pessoal bem jovem, adolescentes antenados, que não são de partidos políticos nem de movimentos organizados, não são black blocs e não depredam nada. Apenas vão para a rua dizer em alto e bom som o que consideram justo. Quem são esses estudantes, a nova cara dos protestos de São Paulo”?
Respondo: são personagens de ficção criados pelo “Fantástico”.
Pra começo de conversa, o que vai acima é um editorial, que distorce a realidade de maneira brutal. O fato de haver jovens com essas características nos atos em favor do gratuidade da passagem não implica que sejam eles a dar a direção do movimento.
De resto, é um princípio elementar da pedagogia e do elemento forçosamente didático que tem o jornalismo deixar claro que a gente lutar por aquilo que “considera justo” não torna a reivindicação… justa!
Se eu decidir mobilizar um monte de meninas bonitas em favor da gratuidade total das TVs hoje por assinatura — pedindo a estatização do sistema —, o “Fantástico” vai me dar uma colher de chá? Adiante.
Uma das PERSONAGENS, em sentido literal, da peça de ficção fantástica é Arielle, 16 anos, que estuda em escola pública. Nota: o comando do Movimento Passe Livre, como é sabido, é formado por endinheirados dos bairros ricos de São Paulo. Logo, a jovem escolhida não representa o espírito do que vai nas ruas. Na sua primeira fala, ouve-se isto (transcrevo a fala na sua forma original):
“Aumentou bem mais as mina no protesto; as mina defendeno um direito que não é só dos cara. Que as mina também têm força. Pode não ter força nos braço, mas têm força de ideia pra trocar e tudo mais”.
A garota é uma belezinha. Tivesse mais cuidado, talvez eu elogiasse a sua gramática. O “feminismo” pedestre não é dela, mas de quem produziu — e é claro que há ali um trabalho de produção, não de reportagem — a bobajada. E tudo vai piorar muito.
O “Fantástico” também foi achar a Milena, do Jardim Ângela. Notem: tudo é feito na medida para desfazer alguns supostos mitos do Movimento Passe Livre: o seu caráter elitista (oh, a menina é da periferia); a sua disposição óbvia para a violência (elas são pacíficas); a sua reivindicação estúpida (elas lutam por aquilo que acham justo). Acontece que, nesse caso, os mitos são apenas evidências.
A coisa foi adiante. Diz o apresentador sobre o ato de 19 de janeiro:
“A manifestação acabou na porta da Prefeitura de São Paulo. Tudo na paz.”
Atenção, dos protestos organizados pelo Passe Livre, não pelas “Garotas do Fantástico”, só o do dia 19 foi relativamente pacífico. Mesmo assim, houve, sim, choque com a PM. Em todos os outros, houve depredação de bens públicos e privados. No dia 14 de janeiro, um coquetel Molotov foi jogado dentro da estação Consolação do Metrô. Acho que não saiu no “Fantástico”.Politização boçal
Aí volta o narrador:
“Pra essa galera (sic), o entusiasmo de agora tem a ver com um fato marcante: no fim do ano passado, estudantes ocuparam cerca de 200 escolas do estado contra a reorganização do ensino em São Paulo. Com a pressão, o governo recuou e suspendeu a medida”.
É estupefaciente! De fato, o movimento de agora está ligado às ocupações porque também estas foram comandadas, na maioria dos casos, pelo Movimento Passe Livre. Quando não era o MPL, era o MTST, de Guilherme Boulos.
O governo de São Paulo errou, sim, na condução do debate sobre a reorganização, mas ela era e é necessária. A pauta da extrema esquerda, que comandou as ocupações — o que o Fantástico omite — é retrógrada, obscurantista e antieconômica. Tudo aquilo que os editoriais do grupo Globo recomendam que os governos não sejam. Aí volta a Arielle:
“Se você chegasse, antes de acontecer as ocupações, com qualquer pessoa na rua, com cinco meses antes, e falasse: ‘ó, daqui a cinco meses, os jovens vai ocupar as escolas para defender seus direitos de estudo, todo mundo ia olhar pra sua cara e falar ‘mano, cê tá um otário porque a juventude brasileira não quer nada com nada”.
Aí aparece outra:
“Eu acho que foi um tapa na cara da sociedade, sabe?, o movimento. Porque os jovens de hoje tá sabendo, sim; tá indo atrás, sim”.A vilã
Mas como pode? O “Fantástico” fez uma peça de ficção sem vilão? É claro que não! Ele vai aparecer. É a Polícia Militar, ora essa!
Já aprendemos, até aqui, que existe uma “nova cara da juventude”; que o movimento é “pacífico”; que luta por aquilo que considera “justo”; que é formado por jovens “pobres”…
Onde está o Lobo Mau para tanto Chapeuzinho Vermelho?
Volta o narrador:
“Mas o mundo dos protestos fora dos muros das escolas tem os seu perigos.”
E o que se vê? Policiais em ação e bombas de efeito moral explodindo. Ou por outra: há, sim, uma força que ameaça esses anjos da paz: a PM.
E aí conhecemos a história da Laura, de 17 anos. Dado o cenário, não parece ser mais uma da periferia. E provável que não ande de ônibus. Diz a menina: “Começaram a jogar bomba no meio dos manifestantes, e uma delas caiu no meu pé. E eu só via a explosão. Vi tudo branco na minha frente”.
O apresentador:
“Ela passou para a segunda fase da Fuvest, o vestibular da USP em arquitetura. Mas, por causa dos machucados, perdeu as provas práticas.”
Vale dizer: jovens pacíficos entram com o sonho; a PM, com a brutalidade. Não sei se o “Fantástico” já informou que, desde fevereiro do ano passado, 12 policiais foram feridos em protesto. Acho que não.
Laura diz que vai continuar a participar de protestos, sim. E a novelinha do “Fantástico” termina com a Arielle, que, diz o narrador, “gosta de música” e fez até o que o programa, sei lá por quê, chamou RAP. É assim:
“Mulheres, não vamos mais ser oprimidas,/
por homens das cavernas com pensamentos machistas/
que acha que lugar de mulher é só no tanque ou na pia/
desculpe-me desapontá-los por não ser submissa/
mas o nosso lugar é onde a gente quiser”.
Não entendi onde está o RAP, mas também não entendi o conjunto da obra. Note-se que não aparece nem mesmo um repórter. A voz em off, que conduz a piada, é do sempre bom Schmidt, que fala um texto que, obviamente, não é seu.Barafunda
Raramente a desinformação, a mistificação, a omissão, o proselitismo rasteiro e a confusão se juntaram de forma tão determinada na tela da Globo. O que se viu ali é obra de militância.
Olhem aqui: a Globo pode defender, se achar que deve, o quebra-quebra. É um ponto de vista. Mas entendo que não pode mentir sobre a existência de depredação. Pode defender que os manifestantes furem bloqueios policiais na marra. Mas entendo que não pode mentir sobre o caráter violento dos protestos. Pode defender que os black blocs sejam aceitos como parte da democracia. Mas entendo que não pode mentir sobre o seu protagonismo.O mais espantoso
Num dos flagrantes de uma das escolas invadidas, reconheci um notório militante do… Movimento Passe Livre, também pertencente a uma corrente ligada ao PT. Mas a Globo dizia aos telespectadores que ainda tinham paciência para o Fantástico que a nova cara dos protestos são meninas bonitinhas, pobres, sem partido, que lutam por um ideal. E, ora vejam!, sem violência.
Violenta é a Polícia Militar, né? Uma vergonha como raramente vi. “Ah, a Globo não sabe fazer…” Sabe! E sabe fazer muito bem!
Encerro assim: quando a Globo faz o seu melhor, é difícil superá-la. Quando faz o seu pior, aí, meus caros, não tem pra ninguém: é insuperável.
Os fatos estão à espera de uma desculpa. -
Novos números comprovam que o ônibus é amigo do meio ambiente em São Paulo
Matéria Publicada no Blog Ponto de Ônibus
Ônibus são meios de transporte que trazem benefícios ambientais que são ampliados quando poder público estimula a aplicação de soluções mais limpas, como ônibus elétricos
Transporte coletivo por ônibus é responsável por 19% da poluição e carros por 65%. Frota limpa de ônibus, sem esquecer da expansão da rede de trilhos de alta capacidade, faria uma cidade mais humana e amigável à vida
Que o transporte público é uma das principais soluções para reduzir o trânsito e a poluição, praticamente é consenso, até entre os que não são ditos especialistas.
No entanto na hora de colocar em prática ações que realmente ampliariam a oferta de transporte coletivo, aí a situação muda de figura e a velocidade e a seriedade dos projetos nem sempre são satisfatórias. Por isso, quando surge algum dado novo sobre o benefício do transporte coletivo para o bem-estar geral e de cada indivíduo é importante destacar.
Desta vez, o Blog Ponto de Ônibus reproduz um dado recente revelado nesta segunda- feira, 25 de janeiro de 2016, ao jornal O Estado de São Paulo pelo IEMA – Instituto de Energia e Meio Ambiente e compara com outros números de diversas fontes oficiais.
De acordo com um estudo do IEMA, que ainda está em andamento, no entanto, este resultado já é consolidado, com base nos inventários da Secretaria de Verde e Meio Ambiente do Município de São Paulo e da Cetesb – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, os carros de passeio são responsáveis por 65% das emissões de poluentes do setor de transportes na capital paulista e os ônibus respondem por 19% destas emissões. Vale destacar, no entanto, que os ônibus que poluem menos, transportam mais da metade das pessoas que se deslocam por dia em São Paulo.
Só por este resultado, a defesa de investimentos em melhorias nos sistemas de ônibus, sem claro, se esquecer da tão necessária e primordial expansão da Rede de Metrô e trens da CPTM, já ganharia um argumento forte a mais.
Entretanto, se este dado não for analisado de maneira isolada e for comparado com outros números importantes sobre a frota da capital paulista e o número de viagens e pessoas atendidas na Grande São Paulo, aí é possível chegar à conclusão que é quase um ato homicida continuar privilegiando o transporte individual motorizado, embora que se não pode deixar de lado ações da prefeitura de São Paulo, como as faixas de ônibus, que somam hoje 485 quilômetros, e as ciclovias, apesar de erros em alguns espaços da cidade. Infelizmente, no entanto, o total de corredores de ônibus é tímido: em torno de 130 quilômetros para mais de 17 mil vias, 9 milhões de passageiros por dia (contando integrações com trem e metrô) e quase 15 mil ônibus municipais.
FROTA X POLUENTES E VIAGENS X FROTA:
Se os números do IEMA forem comparados ao total de frota na cidade, veremos que os ônibus ainda são muito poluentes, havendo a necessidade de tecnologias alternativas ao óleo diesel.
No entanto, se levarmos em consideração o número de pessoas atendidas pelos ônibus e pelos carros, chegaremos à óbvia conclusão de que o ônibus sim é um investimento em prol do meio ambiente, mas análise não termina aí.
De acordo com dado mais recente do Denatran – Departamento Nacional de Trânsito, referente ao mês de dezembro de 2015, São Paulo tem um frota de 7 milhões 590 mil 181 veículos automotores em geral, entre motos, carros, caminhões e ônibus.
Já de acordo com o dado mais recente da SPTrans – São Paulo Transporte, gerenciadora do sistema da capital paulista, referente ao mês de dezembro de 2015, a cidade tem uma frota de 14 mil 754 ônibus para as linhas municipais.
Arredondando os números, os ônibus municipais correspondem então a 0,3% da frota de veículos na capital paulista. Se 0,3% são responsáveis por 19% das emissões de poluição, significa que os ônibus, numa primeira análise, são bem poluidores. Isso reforça a necessidade de ampliação de tecnologias que reduzem as emissões dos coletivos sobre pneus, como ônibus elétricos a bateria, ampliação da rede de trólebus (que hoje estão mais modernos), ônibus elétrico-híbrido, ônibus a gás natural, ônibus a biometano, ônibus a etanol, ônibus a diesel de cana de açúcar, entre outras soluções.
O cumprimento da lei 14.933, de 5 de junho de 2009, a chamada Lei das Mudanças Climáticas, que determina que até 2018 nenhum ônibus na cidade de São Paulo dependa exclusivamente do uso do óleo diesel, já aumentaria os ganhos em prol do meio ambiente que transporte coletivo pode proporcionar aos cidadãos. A troca dos ônibus deveria começar em 2009, com a substituição de 10% dos ônibus por ano. Mas nem mesmo a licitação dos transportes na cidade contempla a lei, o que é contestado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.
Como especialistas em mercado de ônibus e o próprio poder público dizem que até 2018 será impossível cumprir a determinação legal, já que hoje apenas 656 ônibus, incluindo os 200 trólebus, têm condições de atender à lei, o que se pede é que a licitação contemple uma exigência que proporcione mudanças de fato, com a elaboração de um cronograma mais próximo da realidade. Mas deve haver cobranças e não apenas citar a existência de tecnologias não poluentes sem nenhuma meta clara, como até então há nos editais da licitação.
Os ônibus em corredores e faixas, por terem um desempenho melhor, mesmo a diesel, também poluem menos.
Mas calma! Comparar apenas as emissões com a frota seria uma análise muito superficial da realidade que induziria a conclusões erradas. Há um equívoco, inclusive de alguns especialistas e formadores de opinião, que parecem não entender que a cidade não pode ser feita para veículos, seja carro, ônibus, caminhão, moto, etc. A cidade é para pessoas e aí que está o “X” da questão que mostra sim que o ônibus, apesar de ser movido a diesel, ainda é um amigo do meio ambiente. É a quantidade de viagens realizadas e de pessoas atendidas pelos modais de transportes que deve ser levada em conta.
Segundo a mais recente pesquisa de Origem e Destino do Metrô, disponível para consulta, em 2007, o transporte público foi responsável por 55,3% das 38,2 milhões de viagens motorizadas na Grande São Paulo.
Os ônibus respondem por 75% aproximadamente dessas viagens por transporte público na Grande São Paulo. Por que levar em consideração os números da Grande São Paulo e não só da capital paulista? Porque muitas das viagens que são realizadas em São Paulo iniciam nos municípios ao entorno.
O que se conclui é que os ônibus atendem a mais da metade das pessoas que se deslocam na cidade de São Paulo. Por pessoa transportada, os ônibus poluem 19 vezes menos que os carros.
Assim o transporte coletivo de passageiros é uma maneira inteligente de ocupar o espaço urbano e ao mesmo tempo de oferecer qualidade de vida, reduzindo os índices de poluição.
As políticas públicas em prol do transporte coletivo devem ser mais realistas e transparentes com a população. Demandas grandes devem ser atendidas por sistemas de trilhos de alta capacidade, como metrô subterrâneo e o trem pesado, pelos altos investimentos e complexidade das obras. Médias demandas são perfeitamente atendidas por corredores modernos de ônibus BRT Bus Rapid Transit, que são até dez vezes mais baratos e podem ser implantados até cinco vezes mais rapidamente que os outros sistemas de média capacidade. E o problema de mobilidade em cidades como São Paulo e as que formam a região metropolitana exigem soluções rápidas e duradouras.
Quanto mais ônibus eficientes, mais trem e mais metrô de alta capacidade houver, mais a vida vai agradecer nas cidades.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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Fechamentos de empresas de ônibus urbanos no Rio de Janeiro causam preocupação em população, trabalhadores e empresários
Ônibus da Algarve, a quinta empresa de ônibus a fechar as portas em menos de um ano no Rio de Janeiro.
Matéria veiculada no Blog Ponto de Ônibus
Somente no ano passado, quatro companhias de ônibus encerraram as atividades. A mais recente, neste ano, foi a Algarve que a partir de hoje deixa de operar 19 linhas na zona oeste
Com informações O DIA
O setor de transportes de passageiros está em alerta no Rio de Janeiro. Nesta segunda-feira, 25 de janeiro de 2016, mais uma empresa de ônibus deixa de operar, é a Viação Algarve, que integrava o Consórcio Santa Cruz, e operava 19 linhas na zona oeste do Rio de Janeiro. A empresa tinha 462 funcionários e em torno de 100 veículos.
De acordo com o Rio Ônibus, que é o sindicato que representa as companhias de ônibus, a situação das empresas, que já não era favorável desde o início do ano passado, piorou a partir de agosto. Uma parte desta realidade por causa da crise econômica no País, motivada pelo descontrole das contas públicas por parte do Governo Federal: houve uma queda de 12% na demanda de passageiros no estado do Rio de Janeiro e o desemprego em outros setores também afetou a emissão de Vales-Transportes. Segundo a entidade, 90 mil vales deixaram de ser comprados em 2015.
A preocupação também é muito grande entre os trabalhadores. Por causa do quadro econômico atual, quatro empresas de ônibus deixaram de operar no ano passado, o que representou 1.980 demissões. O Rio Ônibus diz que a maior parte destes trabalhadores foi aproveitada pelas empresas que assumiram as linhas e que a população sentiu menos o impacto do fechamento das companhias de ônibus.
De acordo com Sintraturb, sindicato que representa os trabalhadores, a situação atual é bastante preocupante se comparada com os números de outros anos . De 1982 até 2004, sete empresas fecharam. Em 2015, quatro empresas encerraram as atividades e agora, no início de 2016, foi a vez da Algarve. O Sindicato aposta que outras companhias podem fechar as portas ainda em 2016.
A Algarve é uma empresa do Grupo Breda Rio e surgiu, para a licitação de 2010, da cisão da Auto Viação Jabour.
Empresários, especialistas em mobilidade urbana e trabalhadores sugerem uma série de medidas para evitar o fechamento de outras empresas, mais demissões e até mesmo reflexos na operação para os passageiros. Entre elas, maior controle da gratuidade com restrições e uso de tecnologia como biometria facial, aumento dos subsídios para que haja um equilíbrio melhor nas contas do transporte e fontes externas de recursos, uma das ideias é, para todo o país, o direcionamento de parte da Cide, o chamado imposto sobre gasolina para subsidiar o transporte coletivo.
As empresas que encerraram as atividades recentemente foram:
2016
– Algarve (Consórcio Santa Cruz)
2015
– Translitorânea (Consórcio Intersul)
– Rio Rotas (Consórcio Santa Cruz)
– Andorinha (Consórcio Santa Cruz)
– Top Rio (Consórcio Internorte)
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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