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Mobilidade urbana depende de priorização do transporte público coletivo
O trânsito já se tornou uma das maiores dores de cabeça para a população brasileira. Diariamente não é raro ver imagens de longos congestionamentos nas ruas das cidades, devido ao acúmulo de veículos. Especialistas chamam isso de crise da mobilidade urbana e afirmam que acontece quando o poder público não oferece meios para que as pessoas se desloquem, provocando estresse, perda de tempo, acidentes e o aumento da poluição. Esse problema vem se agravando nas últimas décadas em consequência da concentração de pessoas nos grandes centros urbanos, aumento do poder de consumo das famílias, falta de planejamento urbano e incentivo ao uso do transporte individual.
Em artigo publicado no jornal Diário da Manhã, a professora e pesquisadora da Universidade Federal de Goiás (UFG) Erika Cristine Kneib apontou que, para acabar com os problemas de mobilidade, é necessário investir no transporte coletivo, em detrimento do particular. Isto envolve a criação de infraestrutura para a construção de novos modais, como Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e metrô, implantação de corredores exclusivos e preferenciais para ônibus e integração dos sistemas de transportes. Erika afirma também que o poder público deve, ainda, participar efetivamente no financiamento de tarifas, criando subsídios.
Investir em mobilidade urbana e na priorização do transporte público coletivo, além de estimular a economia local, gerar mais empregos e aumentar a produtividade do trabalhador, melhora a qualidade de vida das pessoas.
Vídeo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) aponta soluções para a crise da mobilidade urbana, um dos assuntos mais debatidos em 2013 e que deve continuar na pauta de discussões de 2014
Bons exemplos
Prefeituras de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que enfrentam crise semelhante à da Região Metropolitana de Goiânia, passaram a custear com recursos públicos as gratuidades e as reduções das passagens de ônibus. Essas medidas visam cumprir as exigências da população por um preço mais baixo e, ao mesmo tempo, estruturar o transporte coletivo de maneira a ressarcir o sistema, evitando a redução da qualidade do serviço prestado. “Em países da América Latina e Europa que já implantaram esse sistema de subsídio, a tarifa é de 30% a 40% mais barata que no Brasil”, comentou o vice-presidente do Setransp, Décio Caetano, em entrevista ao jornal Opção.
Outra medida que pode contribuir para a redução dos custos e o aumento da qualidade do serviço é a isenção de impostos sobre a cadeia produtiva do transporte coletivo. No início deste mês a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) encaminhou ofício à Presidência da República falando sobre os reflexos do recente aumento do óleo diesel, que é o segundo insumo de maior importância no transporte público por ônibus. Além de defender a desoneração do óleo diesel consumido pelo setor, a NTU solicitou à presidenta o apoio para a aprovação do projeto de lei 1927/2003 – REITUP, que está em tramitação final na Câmara Federal, e deve abrir caminhos para outras desonerações em âmbito municipal e estadual.
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