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A realidade do transporte público
O setor de transportes públicos em Goiânia vive, paradoxalmente, um momento de salutar convergência institucional que não pode ser desperdiçado por discordâncias pontuais ou momentâneas. A sólida construção de uma visão metropolitana para o setor fez de nossa capital uma referência nacional para a gestão dos transportes e abriu caminho para a solidificação de um modelo de eficiência que interessa a todos, principalmente aos usuários. Há rara compreensão, esforço e iniciativas concretas para a melhoria da mobilidade nas três esferas do poder público, em sintonia com o setor privado e a sociedade. É um momento importante.
No momento de discussão sobre a tarifa do transporte público, no entanto, transparece uma incompreensão momentânea sobre legitimidade contratual, sustentabilidade do sistema e principalmente interesse do usuário. Manter a tarifa atualizada é necessidade muito aquém de manter a sustentabilidade do setor.Ela vem sendo atualizada para bancar, no mínimo, o crescente nível de gratuidade e o caráter social da tarifa única.Após 5 anos da concessão pública, o volume de passageiros diminuiu mas a queda de velocidade foi tão expressiva que a frota necessária aumentou. A equação que inspirou o contrato já está envelhecida e por isto terá que ser atualizada. O que se considera para a recomposição do preço é o fato de que apenas 34% dos usuários sustentam em tarifa cheia os demais usuários do sistema que, de alguma forma, circulam com gratuidade ou com preço subsidiado.Desconsiderar preceitos contratuais não é a saída e mesmo o seu questionamento tem que ser feito à luz de critérios mais sólidos e menos voltados para a euforia popular.
Em que pese a legitimidade da insatisfação gerada por aumento de tarifa, o incentivo à desordem, à ilegalidade e ao desrespeito contratual tem reflexo direto no transporte público e sua influência no cotidiano da cidade.Uma câmara deliberativa, composta por representantes legítimos de 18 municípios, dirigida pela força do poder público estadual e referendada por técnicos especializados e representante legislativo tem legitimidade, confiabilidade e principalmente compromisso com a qualidade e sustentabilidade do transporte público metropolitano. Sua soberania é de interesse público e precisa ser mantida.
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