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O preço do vandalismo para o transporte público por ano equivale a 15 ônibus novos
Além da depredação do patrimônio público no caso dos terminais e estações, há ainda a indisponibilidade para operação dos veículos vandalizados, o que impacta diretamente no atendimento ao cliente do transporte público coletivo
Na Região Metropolitana de Goiânia, ocorrem anualmente cerca de 192 atos de vandalismo aos ônibus do transporte público coletivo, ou seja, cerca de 16 veículos são retirados de circulação todos os meses por algum dano causado pelos próprios usuários. Essa retirada dos ônibus de operação acaba prejudicando todo o planejamento diário que é feito para atender as demandas de transporte de passageiros dos 18 municípios da Região Metropolitana de Goiânia atendidos pela Rede Metropolitana de Transporte de Coletivo (RMTC).
Além dos ônibus, são registradas por ano, cerca de 72 situações de vandalismo nos terminais. O reparo e reposição de equipamentos e utensílios nestes locais, mais os gastos com reparos dos veículos que são vandalizados, somam o equivalente à compra de 15 ônibus novos por ano. De acordo com dados da RMTC, o vandalismo aos ônibus é promovido principalmente por estudantes e torcidas organizadas. Em dias de clássicos do futebol, os danos causados por torcedores dentro dos ônibus, terminais e estações são intensificados.
Segundo o gerente de transporte da empresa Rápido Araguaia, Allânio Garcia, além do tempo que o veículo fica parado para reparo, uma média de dois ou três dias, as empresas consorciadas também são obrigadas a arcar com o prejuízo financeiro. O veículo vandalizado só volta para operação após autorização do órgão fiscalizador, a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), que faz uma inspeção para garantir a qualidade do reparo e condição de utilização do ônibus.
Na empresa Reunidas, que atende 280 bairros da RMG, o gerente de transportes, Cláudio Lizita, lamenta as situações de vandalismo, principalmente quando passageiros também acabam sendo vítimas dos atos. “Há casos em que os ônibus são apedrejados e os passageiros feridos por estilhaços de vidros. Quando isso ocorre o motorista tem que acionar socorro médico e ainda registrar um boletim de ocorrência, atrapalhando não só o atendimento, mas prejudicando outras pessoas”, afirma.
Os itens mais danificados dentro dos ônibus são janelas de emergência, vidros fixos de janelas, calhas do sistema de iluminação e mangueiras hidráulicas das portas automáticas. Já os principais atos de vandalismo praticados nos terminais e estações são: depredação, destruição e furtos de materiais e utensílios como lixeiras, torneiras e tampas de válvulas de descargas, especialmente dentro dos banheiros de uso público.
As linhas com maiores índices de atos de vandalismo são as do Eixo Anhanguera, incluindo as extensões para Trindade e Goianira, a linha 574 (Terminal Bandeiras / Forteville), e a 338 (Terminal Vera Cruz / GO 060 / Jardim do Cerrado). Os terminais Cruzeiro, Bandeiras e Vera Cruz são os locais onde há maior registro de ações de vândalos. Com relação as estações do Eixo Anhanguera onde acontecem mais atos de vandalismo estão a José Hermano e Jóquei Clube.
Nos terminais, estações e ônibus que possuem sistema de CFTV, quase sempre é possível identificar os autores de vandalismo. As equipes de segurança e profissionais que trabalham nesses ambientes possuem canais diretos de comunicação (rádio e telefone) com o Posto de Segurança de Transportes situado dentro do Centro Integrado de Inteligência, Comando e Controle – CIICC, da Secretaria de Segurança Pública (SSP), através do qual é solicitado o apoio imediato no combate aos delitos praticados.
Existe ainda a possibilidade de os passageiros realizarem denúncias ao Posto de Segurança de Transportes através do Whatsapp (62) 98591-8952. Os vândalos identificados pela polícia são denunciados e passam a responder processo na justiça, onde este ano registram-se as primeiras condenações.
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